segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ATIVIDADE 7 E 8

UNIDADE 7 - MORFOLOGIA
lapis
Objetos de Aprendizagem
Ao final desta unidade o aluno deverá:

·         Compreender a estrutura e a formação das palavras.

Leia o trecho do jornalista Augusto Nunes para responder às questões de 1, 2 e 3.

cpoNo Brasil, o que é histórico costuma desmanchar-se nas chamas da indiferença, do desamor ao passado, do menosprezo pelo antigo. O casarão de Ouro Preto consumido pelo fogo deveria ficar como está: os destroços ergueram um monumento à nação dos desmemoriados. Num país velhaco, o velho e a velharia vivem a curtíssima distância: retoque-se a última vogal e se acrescente um trio de letras. Vale para gente, prédios, cidades.
Origem da imagem: www.sandrasantos.com/
Nunes, Augusto. Uma nação de desmemoriados.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 abr. 2003.
(Fragmento).

1.      Considerando o que você aprendeu sobre as palavras cognatas, identifique, no texto, uma passagem em que o autor faz uso de termos formados a partir de um mesmo radical.
Num país velhaco, o velho e a velharia vivem a curtíssima distância: retoque-se a última vogal e se acrescente um trio de letras. Vale para gente, prédios, cidades.

2.      Identifique o radical a partir do qual foram formadas as palavras cognatas e diga qual é o sentido de cada uma das palavras resultantes desse processo.
Radical: Velh
Velho: 1. Muito idoso, De época remota, Que tem muito tempo de existência,  Gasto pelo uso, Que há muito possui certa qualidade ou exerce certa profição, empregado ou usado há muito, Homem idoso.
Velhaco: Pessoa trapaceira, enrolona, enganadora, mau pagadoras de dívidas, etc.
Velharia: Tudo o que é próprio de pessoa idosa.
Pej. Objeto velho de pouco valor; traste, Uso ou costume antigo, ultrapassado, Termo obsoleto.
3.      Agora, forme outras palavras a partir do mesmo radical.
Velhaças, velhote, velhusco e velhustro.
4.      Quantas palavras você consegue formar a partir dos seguintes radicais? (Use todos o processos possíveis)
a) Nação – indignação, imaginação,
b) ação -  administração, coordenação, superação,
c) cria – criação, criatura, criador, criatório, criacionista.
d) água – aguaraz, aguardente.
 


UNIDADE 8 - MODALIDADE DO DISCURSO CIENTÍFICO
lapis
Objetos de Aprendizagem
Ao final desta unidade o aluno deverá:

·         Reconhecer as características das principais modalidades do discurso científico.
1.    Apresentar o esboço de um RELATÓRIO sobre algum ‘trabalho disciplinar acadêmico’, de cunho científico, que você tenha participado.




2.    Escreva um RESUMO, fixando-se aos detalhamentos estruturais expostos no ‘Guia de Estudo’, tendo como ponto de apoio o texto apresentado na unidade 1 - “Feios, porém Lindos”.

FEIOS, PORÉM LINDOS
 “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Era um poeta maravilhoso, esse Vinicius de Moraes, mas deixou imortalizada uma frase que jamais sairia da boca de uma mulher. Aos feios, as mulheres dão boas vindas, desde que por trás do olho que não é azul e do corpo que não é atlético haja bom humor, inteligência e sex appeal.
Nunca veremos Brad Pitt e George Clooney namorando feinhas, mas já vimos Julia Roberts casar com Lyle Lovatt, um músico que tinha o rosto decorados com crateras, e a estonteante Sharon Stone desfilar com baixinhos barrigudos até contrair matrimônio com um senhor que mais parece um boneco de cêra. Há quem defenda a idéia de que mulheres casam com qualquer um, desde que tenha poder ou dinheiro. Poucas. Não foi o caso de Julia Roberts nem o de Sharon Stone, ricas e poderosas por si só, e também não é o caso de muitas Lucias, Andreas, Cristinas, Danielas, Fernandas e Jussaras anônimas. Mulheres preferem ser amadas do que invejadas.
Essa história de beleza tem a ver com atração, que tem a ver com “a primeira impressão é a que fica”, que tem a ver com inícios de relações. Se a garota for um canhão, as chances de conquistar um deus são quase zero (é uma generalização, toda regra tem exceções). Já se o garoto for feio, porém espirituoso, talentoso e auto-confiante, pode descolar o número do telefone da Marisa Monte. Lembrem-se que ela já namorou o Nando Reis, dos Titãs. Alguma coisa ele tem de lindo.
Mick Jagger é raquítico e branquela. Gerald Thomas é raquítico, branquela e usa óculos. Woody Allen é raquítico, branquela, usa óculos e está quase careca. Apesar desse quadro de horror, sei de muita mulher que não os expulsariam da sua cama. Será que elas nunca ouviram falar em Mel Gibson, Antonio Banderas, Pedro Bial? Elas nunca ouviram falar é que beleza garanta o conteúdo.
Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.”
Martha Medeiros


EXEMPLO DE RESUMO:

Faça o seu resumo.

3.    Elabore uma RESENHA de um livro, de um filme ou de uma exposição cultural.
Será muito importante que a sua resenha traga as seguintes informações:
a)     Referências Bibliográficas (seguir as normas da ABNT)
b)     Apresentação do texto
·         Qual é o texto/filme/exposição? Quem é o autor? Com que propósito foi escrito/filmado/montada? Que tipo de texto/filme/exposição é esse/a? Para que leitor/espectador foi escrito?
c)     Resumo
·         Uma exposição sucinta das ideias que você considera serem as mais relevantes do texto.
d)     Crítica
·         O autor atingiu seus objetivos? Quais sim, como ou por quê? Quais não, como ou por quê? Análise tanto da forma quanto do significado.
e)     Conselhos para o leitor
·         Quem deve ler/assistir/visitar? Quem não deve ler/assistir/visitar? Por quê?

MODELO DE RESENHA CRITICA

CONRACK E A PEDAGOGIA DO HERÓI

André A Gazola

O objetivo deste trabalho é analisar as ações pedagógicas, sociais e culturais no filme Conrack, produzido em 1974 com direção de Martin Ritt. A análise será feita com foco em três personagens principais, que são: Pat Conroy (o professor, representado por Jon Voight), Sra. Scott (a diretora, representada por Madge Sinclair) e Sr. Skeffington (o superintendente, representado por Hume Cronyn). Além disso, também será feita uma abordagem em relação aos alunos da escola.

Pat Conray é um professor branco que passou boa parte de sua vida como racista. Tem a oportunidade de redimir-se, ensinando crianças negras em uma ilha em que essa raça é a predominante. Em sua primeira aula, depara-se com alunos que não sabem absolutamente nada, que desenvolveram sua própria linguagem e cujos recursos pedagógicos utilizados até então eram baseados em castigos físicos e psicológicos:

Sete de meus alunos não conhecem o alfabeto, três crianças não sabem escrever o nome, dezoito crianças não sabem que estamos em guerra no sudeste da Ásia. Nunca ouviram falar em Ásia. Uma criança pensa que a terra é chata e dezoito concordam com ela. Cinco crianças não sabem a data do nascimento. Quatro não sabem contar até dez, os quatro mais velhos pensam que a guerra civil foi entre os alemães e japoneses. Nenhum deles sabe quem foi George Washington ou Sidney Poitier, nenhum, jamais foi ao cinema, nem subiu no morro, nem andou de ônibus, esses meninos não sabem de nada.

Dessa forma, Conroy desenvolve sua prática de ensino “revolucionária”, focando-se nas necessidades dos alunos, interpretadas por ele como a falta de oportunidades de participarem da cultura branca americana. Apesar de todo o esforço do professor, a pedagogia que ele desenvolve parte do ponto de vista branco, pois era um branco numa ilha da Carolina do Sul, ensinando cultura branca aos seus alunos. Contudo, os tempos e espaços foram, sem dúvida, diferentes daqueles vivenciados sob a tutela da diretora negra, que, embora representasse o mesmo grupo de representação dos alunos e alunas como pertencente à mesma raça e, com os quais dividia o mesmo espaço cultural, fora colonizada pela cultura branca, e investida de um lugar de representação na comunidade branca, agia com seus alunos a partir desta política cultural, onde o negro precisava ser duro e saber enfrentar a vida como um ser inferior.

Segundo Fabris (2001):

Outras experiências foram oportunizadas por Pat Conroy em outros espaços pedagógicos além dos escolares, ampliando assim o conceito de pedagogia. Quando ensinava na praia, na floresta, no chão da escola, na festa de Halloween, na viagem de barco, nas ruas de Beaufort, esse professor fazia deslocamentos no tempo e espaço, e sua tentativa era de inclusão dessas crianças na vida americana. Quando leva seus alunos e alunas a participar da festa de Halloween, ensina a nadar, convive com os habitantes da ilha e ensina a seus alunos e alunas a convivência na ilha, Pat Conroy produz deslocamentos de tempos e espaços escolares. A pedagogia do herói se caracteriza por esse desbravamento, por essa conquista de novos lugares, desse ultrapassar fronteiras, dessa luta e competição.

A autora então, afirma que “Parece que Hollywood nos mostra com sua pedagogia do herói que boas aulas só podem se dar nos espaços fora da escola”. Sem dúvida o sistema deve ser enfrentado, e um professor como Conroy é algo louvável, mas não seria um tanto utópico? O sistema nos mostra isso, até mesmo nesses filmes que idealizam professores heróis. Em Conrack, o sistema é representado pelo superintendente Skeffington que, diferentemente da diretora, não é um simples alvo da colonização branca, mas é um branco impregnado pelo racismo e autoritarismo no sistema escolar: “Este é o meu latifúndio!”, diz ele em uma cena do filme. E o sistema vence no final. Conroy é demitido e, por mais que seus esforços tenham sido extremamente produtivos e gratificantes, o próximo professor, quem sabe, não terá a mesma força de disposição que Conroy teve ao lidar com aqueles alunos que tanto precisavam da atenção que lhes foi dada.
Por isso, o mais importante é exatamente o resultado obtido com os alunos. Não importando o quanto utópico ele possa ser. O filme nos mostra dezenas e caminhos a seguir na prática docente, sem haver a exigência de uma prática totalmente igual e, TALVEZ, inatingível.


REFERÊNCIAS

FABRIS, Elí Terezinha Henn . As marcas culturais da Pedagogia do herói. In: 24ª ReuniãoAnual da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd): intelectuais, conhecimento e espaço público, 2001, Caxambu (MG). 24ª Reunião Anual da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd): intelectuais, conhecimento e espaço público.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Discurso na modalidade científica: relatório, resumo e resenha


RESUMO

Certamente, em algum momento de sua vida escolar, você já foi convidado a fazer um resumo, um gênero textual bastante útil e utilizado no meio acadêmico. É importante agora tecermos algumas considerações sobre algumas estratégias para produção de resumo.

Primeiramente, é importante dizer o que não é resumo: um texto formado por um conjunto de trechos retirados de um texto original. Isso deve ficar bem claro, sobretudo, porque uma série de trechos encadeados aleatoriamente não constitui necessariamente um texto.

É importante saber que resumir significa criar um novo texto, mais curto, utilizando somente as informações mais importantes do texto original, isto é, aquelas que estiverem ligadas ao objetivo com que se resume. O autor de um resumo não deve se colocar nele; antes deve se ater não só ao conteúdo do texto original, mas também ao estilo do seu autor. Deve, portanto, ser objetivo e o mais claro possível, razão pela qual deve estar muito atento ao aspecto coesivo do texto, ou seja, às ligações entre suas partes. Além disso, o produto final do resumo deve propiciar ao seu leitor a impressão de ter lido todas as informações essenciais do texto integral.

Sugestões de etapas para realização de resumos.

ü  Tomar conhecimento das condições do resumo: espaço, finalidade, formatação...;
ü  Ler atentamente o texto-base para detectar seu tema e o modo como foi estruturado;
ü  Determinar o processo de resumo: parágrafo a parágrafo ou por blocos de sentido;
ü  Redação do texto resumido;
ü  Revisão do texto quanto à sua forma e conteúdo, sua coesão e coerência.

Tipos de resumo

Resumo extensivo: trata-se de uma paráfrase do texto original em que se reduzem as expressões por outras menores. Pode ser alterado na forma, mas não pode abrir mão de nenhuma informação.

Resumo seletivo: trata-se de uma paráfrase do texto original em que pode haver informações eliminadas, desde que não sejam essenciais à construção do sentido global, tais como longas introduções, excesso de exemplificação, frases ou trechos considerados de mau gosto etc. A eliminação deve estar de acordo com o objetivo que se tem ao elaborar o resumo.
Dicas sobre resumo

ü  Segue a ordem de apresentação das idéias do texto-base;
ü  Deve ser escrito como se o próprio autor do texto-base o fizesse (evite “o autor afirma...”)
ü  Não deve conter elementos estranhos ao texto-base;
ü  Não apresenta apreciações sobre aspectos do texto-base;
ü  Não apresenta conclusões que não sejam do próprio autor do texto-base.

A construção de um resumo envolve duas partes: compreensão do texto original e sua posterior reelaboração.

A compreensão do texto-fonte pode se dar por meio de dois processos: analítico ou comparativo. O primeiro diz respeito à análise do texto, parágrafo por parágrafo, tentando extrair de cada um uma idéia principal, de modo que, ao final desse levantamento de idéias parciais, seja possível ter uma compreensão global.

Quem se vale desse método deve estar extremamente atento ao uso de locuções adverbiais (de tempo, modo, causa, conseqüência, finalidade...) e conjunções (mas, e, pois, portanto, que, quando, embora...), porque pode desvirtuar o pensamento do autor, caso faça uma relação de sentido diferente. Geralmente, esse método leva o produtor de resumo a escrevê-lo antes mesmo de concluir a leitura do texto todo.

Já o método comparativo considera o texto em sua globalidade, em sua estrutura geral, em seu sentido mais amplo, de acordo com as próprias expectativas para o resumo. Assim, o que rege a escrita do resumo não é a estrutura do texto original, mas a expectativa, os objetivos que tem aquele que o resume. Para lançar mão desse método, o escritor deve ter uma certa maturidade que lhe permita associar as informações em blocos compactos, voltados para a consecução do seu objetivo.

A segunda parte importante na construção de um resumo, depois da compreensão do texto original, é exatamente sua reelaboração. Há algumas regras que podem auxiliar esse processo, como veremos a seguir, a partir do texto abaixo.

Mário e Luíza foram ontem à noite jantar no restaurante da esquina.. Sentaram-se á mesa logo na entrada. Mário comeu pizza com cogumelos, um calzone recheado e uma fatia de torna de nozes; Luíza comeu creme de espinafre, berinjelas ao forno e salada de agrião. Depois, saindo do restaurante, andando depressa contra o vento frio da noite, atravessaram a rua e voltaram para casa. Procuraram a chave de casa, abriram a porta do prédio, verificaram se havia correspondência para eles e chamaram o elevador. Finalmente, se sentaram no sofá da casa a tempo de curtir num lugar quentinho um filme de Cary Grant que eles acharam muito bom.
(117 palavras)

Eis um exemplo de resumo.

Ontem à noite, apesar do frio, Mário e Luíza foram comer fora. Mário fez uma refeição à base de farináceos; Luíza, de vegetais. Depois voltaram a pé para casa a tempo de ver o filme de Cary Grant.
(38 palavras)

É claro que o resumo acima é apenas uma possibilidade. Como dissemos, o objetivo é que determina o que um resumo deve privilegiar. O escritor (“resumidor”) atento deve se limitar a fornecer apenas o essencial para a consecução do seu objetivo. Ao escrever, ele pode se valer de regras como:

a)      CANCELAMENTO: exclusão de detalhes do texto, quando esses não são relevantes para sua compreensão geral (veja, por exemplo, a exclusão da informação sobre onde o casal se sentou no restaurante).
b)      GENERALIZAÇÃO: substituição de alguns elementos por outros mais gerais que os incluem (veja, por exemplo, a substituição de pizza, calzone e torta por farináceos).
c)      SELEÇÃO: eliminação de todos os elementos que exprimem detalhes óbvios e normais no contexto apresentado (veja, por exemplo,  a eliminação da informação saíram do restaurante: é óbvio que para voltar para casa, deveriam sair do restaurante).
d)      CONSTRUÇÃO: substituição de um conjunto de orações por uma que a inclua (veja, por exemplo, a oração voltaram a pé para casa no lugar de andando depressa... atravessaram a rua e voltaram para casa).

Tente reescrever o trecho abaixo, eliminando informações desnecessárias e sintetizando expressões. Esteja atento às estratégias que você utiliza para sumarizar informações.

Embora a ação do homem sobre a natureza seja, muitas vezes, uma intervenção que prejudica o ecossistema, muitas experiências mostram que é plenamente possível a boa convivência entre os dois desde que aqueles que se dedicam à defesa do meio ambiente consigam conscientizar a sociedade de que é necessário encontrar novas maneiras de se relacionar com a natureza.
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A informação “Mesa sem polimento” pode ser reduzida a “mesa áspera”. Atento às partes grifadas, leia os enunciados abaixo e tente reduzi-los.
               
Um equipamento que se pode comprar porque não é caro    ______________________________________________
Quem vive de esmolas se vicia na miséria                             ______________________________________________
Uma pessoa que sempre tenta conseguir o que quer                          ______________________________________________
Sem dar qualquer explicação, abandonou o trabalho.                        ______________________________________________
É necessário que se utilize a linguagem adequada.                ______________________________________________
Vou estar praticando resumo para que eu possa estar melhorando meu poder de síntese. ___________________________
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Outra prática muito importante na realização de resumos é a localização de informações centrais presentes nos parágrafos.  Não necessariamente de forma literal, reescreva as informações centrais dos trechos abaixo.

1)         Dentro de um cercadinho próximo de atalaia, na área urbana de Aracaju, em Sergipe, a Petrobrás descobriu petróleo. O poço ainda não está concluído, mas logo a notícia se espalhou pela cidade. Trata-se de um poço pioneiro na área e revelou, em testes, produção de quinhentos e trinta mil barris diários de óleo, informou o superintendente de operação da empresa.
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2)         O governo resolveu endurecer o jogo contra as distribuidoras e os donos de postos que retêm estoques de combustíveis na véspera dos aumentos. Agora, o governo vai utilizar a legislação de defesa da concorrência, a exemplo do que já vem fazendo contra os laboratórios farmacêuticos.
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3)         Os portuários voltaram ontem ao trabalho depois de uma greve nacional que durou seis dias. O sindicato da estiva programou para hoje um ato público no Rio com cerca de mil e quinhentos trabalhadores, que terá início às 16t horas.
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4)         O secretário nacional de Vigilância Sanitária apresentou uma lista de trinta e quatro medicamentos que terão a fabricação suspensa e serão retirados do mercado na semana que vem, por serem considerados sem efeito terapêutico. Os remédios estão divididos em quatro grupos: protetores do fígado, estimulantes neuropsíquicos, polivitamínicos e estimulantes sexuais.
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5)         Freqüentemente desejo que a expressão “ciência aplicada” não tivesse sido inventada. Ela sugere a existência de uma espécie de conhecimento científico de uso prático, que pode ser estudado separadamente de uma outra espécie, que não é de utilidade prática, denominada “ciência pura”. Mas não há nada mais falso que isso. O que se denomina ciência aplicada não é nada mais do que a aplicação da ciência pura a tipos particulares de problemas.
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Leia o resumo de uma notícia, publicada na Folha de S.Paulo, em 13/03/2005.

            Treze das maiores empresas brasileiras querem aproveitar os lucros recordes de 2004 para reforçar investimentos na produção, informam Fernando Canzian e Adriana Mattos.
            Essas empresas lucraram juntas, 11,5 bilhões líquidos no ano passado, 27% a mais que em 2003. Seus proprietários vêem 2004 como “excepcional” e não esperam repetir o desempenho em 2005, mas acreditam em um crescimento mais sustentado neste ano.
            Embora os empresários aprovem a política macroeconômica do governo Lula, eles apontam três problemas que podem atrapalhar o crescimento: forte alta real nos gastos do governo, juros altos e carga tributária excessiva.
Se formos elaborar uma síntese mais apurada ainda, chegaremos ao seguinte enunciado.
Empresas mais rentáveis em 2004 esperam crescimento sustentável neste ano e reforçam capacidade produtiva.


Leia, agora, a notícia completa e grife o que foi textualmente aproveitado para o resumo.

Lucro recorde alavanca investimentos
            Os lucros recordes das maiores empresas do país em 2004 já têm alvo certo: reforçar investimentos em muitos casos sem precedentes na produção e pagar generosos dividendos a acionistas. O capital de giro também ficará mais robusto, acompanhando novos patamares de mercado. Em alguns setores, as vendas saltaram 30% em 2004. Outra prioridade é cortar ao máximo as dívidas e evitar os bancos.
            A Folha ouviu 13 das maiores empresas do país. Juntas, elas lucraram R$ 11,5 bilhões líquidos em 2004, 27% acima de 2003. Entre os empresários entrevistados, vários alertaram, porém, para o fato de projetos envolvendo recursos do próprio caixa poderem ficar em banho-maria ao sinal de turbulências.
            Instados a comentar ""off the record" (sem ser identificados) a atuação do governo Lula até aqui, os empresários são unânimes. Aprovam a condução macroeconômica, mas atacam impiedosamente uma tríade de problemas que, dizem, estão relacionados: o forte aumento real nos gastos correntes do governo, a taxa de juros e a excessiva carga tributária.
            O ano de 2004 é qualificado como ""excepcional" e ""excelente" pelos empresários. Mas ninguém espera uma repetição em 2005. Mesmo assim, a aposta é por um crescimento um pouco mais sustentável e, conseqüentemente, por mais investimentos.
            O vigor do mercado em 2004 fez triplicar, por exemplo, o lucro da Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina, que atua na base de centenas de setores. O ganho atingiu R$ 691 milhões. Agora, a Braskem se prepara para investir R$ 850 milhões.
            Paul Altit, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, considera 2004 "excepcional em termos de lucro". Foi o melhor desempenho da Braskem desde a sua criação.
            O principal objetivo em 2005 é aumentar em 1,2 milhão de toneladas/ano a capacidade de produção de resinas termoplásticas, hoje em 3,2 milhões de toneladas.
"Em 2004, trabalhamos com uma utilização de capacidade próxima de 92%. Para 2005, a previsão é de 96%", afirma Altit.
            Na ponta do consumo, a Natura viu sua receita bruta aumentar 33% em 2004 e atingir R$ 2,5 bilhões. O lucro, de R$ 300,3 milhões, tem três destinos: dividendos a acionistas, reforço nos investimentos em produção e logística (com R$ 120 milhões) e aumento do capital de giro para fazer frente a um mercado maior. "Encerramos 2004 trabalhando no limite da capacidade em várias linhas de produtos. Os investimentos vão aumentar a produção e eliminar eventuais gargalos", afirma o vice-presidente de Finanças da Natura, David Uba.
            No meio da cadeia produtiva, a Klabin, maior empresa do país nas áreas de papel, cartões e caixas para embalagens e sacos industriais, lucrou R$ 455,5 milhões. Com o dinheiro, deve pagar R$ 165 milhões em dividendos e se prepara para investimentos que visam aumentar a produção de 1,5 milhão para 2 milhões de toneladas/ano em até cinco anos.
            Segundo Miguel Sampol, diretor-geral da Klabin, o alvo é duplicar a produção de cartões para embalagens (de sabão em pó a garrafas de cerveja), um produto de maior valor agregado e, portanto, de maior lucratividade. "Estabilização com crescimento" é o termo empregado por Sampol para definir suas expectativas sobre a economia brasileira. Com uma receita de US$ 280 milhões em exportações em 2004, Sampol diz estar ""inquieto" com o dólar abaixo de R$ 3.
            O presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Fernando Xavier Ferreira, afirma que "a foto do momento é positiva". "Temos a inflação em um patamar razoável, e o câmbio, estabilizado. Precisamos ver até onde isso se mantém. Vemos o momento atual, de juros elevados, com muita atenção." Ferreira diz que a Telefônica entrou agora ""em um segundo ciclo, de ênfase maior na receita". O primeiro ciclo foi o de cumprimento das metas de instalação de novos telefones impostas pela privatização da ex-estatal Telesp, que exigiu pesados investimentos.
            O lucro de R$ 2,1 bilhões no ano passado ainda é considerado baixo. Representa um retorno de 10,4% do capital empregado no negócio, de alta tecnologia. Por isso, a prioridade agora é a venda de serviços de maior rentabilidade, como os de banda larga.
            O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) compartilha do otimismo. Em janeiro, desembolsou R$ 3,8 bilhões para investimentos, 69% a mais do que em janeiro de 2004. Do orçamento total de R$ 60,8 bilhões para 2005, o BNDES espera destinar 60,5% às indústrias.
Fernando Canzian e Adriana Mattos, Folha de S.Paulo, 13/03/2005
Registre nas linhas abaixo alguns exemplos de estratégias (generalização, cancelamento, seleção e construção)  utilizadas para a realização do resumo que você acabou de ler.

generalização __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________ cancelamento __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
seleção __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ construção __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Agora é sua vez de praticar. Leia atentamente o texto abaixo (“Repetição dos erros”), identificando nele o que for essencial e o que for acessório. Aplique as estratégias de sumarização de informações a que nos referimos. Então, produza um resumo dele.
Repetição dos erros    (Editorial do Estadão, 08/02/04)
Um relatório de 12 pontos - divulgado quinta-feira pelo Estado - foi apresentado por empresários do setor de energia ao senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator da Medida Provisória 144, que estabelece o novo marco regulatório do setor elétrico, com vistas a evitar que o novo modelo afaste os investidores. O modelo proposto "é uma volta ao passado, uma reestatização branca que espanta a iniciativa privada", como afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica, Paulo Cezar Coelho Tavares.
As mudanças propostas pelos empresários dizem respeito à comercialização e à distribuição de energia, atividades privatizadas no governo Fernando Henrique. Os investidores sugerem que as comercializadoras também possam participar dos leilões de energia, para ampliar a competitividade no setor e propiciar a diminuição de preços. Pela MP 144, as distribuidoras terão de comprar 100% da carga prevista, a preços definidos em leilão. Por isso, uma associação das distribuidoras (Abradee) propõe que haja garantia de repasse, aos consumidores finais, do custo de aquisição da energia. As distribuidoras pretendem ainda a garantia de que os investimentos que ultrapassarem a capacidade das geradoras de cumprir as metas de universalização sejam cobertos com recursos de outros fundos do governo e que as regras relativas à inadimplência dos consumidores sejam mais rígidas.

A demanda dos investidores é reforçada pelo artigo do ex-ministro de Minas e Energia Antonio Dias Leite, publicado segunda-feira pelo Estado, que faz um paralelo entre as políticas para o setor adotadas no passado e o modelo em discussão. Em 1940, no Rio Grande do Sul, quando foi instituída a Comissão Estadual de Energia Elétrica (CEEE), o Estado perdeu um financiamento privilegiado do Banco Mundial para construir uma hidrelétrica no Rio Jacuí porque "a direção da CEEE tinha outra diretriz, ideológica, que era a de atender preliminarmente localidades periféricas do Estado através de unidades diesel de alto custo operacional". A oferta de energia não foi assegurada e isto atrasou o processo de industrialização do Estado. Em 1950, o governador Juscelino Kubitschek criou as Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig). Foram usados com eficiência os recursos financeiros proporcionados por agências multilaterais e sustentado um programa de industrialização do Estado. A experiência da Cemig foi, depois, usada pelo governo federal para conferir critérios empresariais ao setor e levou à construção de Furnas, integrando o sistema elétrico do Sudeste e organizando a oferta de energia no País. Em 1975, o presidente Geisel promoveu a "centralização extremada" da política energética, instituindo a equalização tarifária financiada pelos consumidores e a Reserva Global de Garantia, sob controle da Eletrobrás. Houve desestímulo à eficiência e o lançamento simultâneo de projetos de grande porte (Itaipu, Tucuruí e oito usinas nucleares). O sistema concebido por JK foi desmontado.

O novo marco regulatório "ressuscita teses antigas", enfatiza Dias Leite. Dá prioridade à universalização do atendimento; recria a equalização tarifária; e lança obras gigantescas de geração e transmissão na Amazônia, "algumas de difícil sustentação econômica". No fundo, "a questão-chave é a do equilíbrio econômico-financeiro das empresas, sejam elas privadas ou estatais, para que possam exercer satisfatoriamente a sua missão essencial de suprir energia elétrica".

O novo modelo não possibilita esse equilíbrio e desestimula os investimentos, podendo produzir resultados exatamente contrários aos pretendidos pelo governo.




Introdução ao Gênero Resenha

            Vamos verificar como uma resenha se organiza, que tipos textuais emprega, que passos devemos seguir para redigi-la. Nosso objetivo é tornar o estudante proficiente nesta e em outras técnicas que subsidiam a redação de textos que constituem os diversos gêneros empregados pelo discurso acadêmico.
            Partimos do pressuposto de que o ser humano vive inserido em cultura e participa de uma vida em sociedade, por isso tem necessidade de dominar gêneros específicos das esferas de atividade humana em que atua. O estudante universitário, por exemplo, é convocado a realizar determinadas atividades escritas que provavelmente ainda não domine como as monografias que utilizam outros gêneros em sua constituição. É o caso concreto, por exemplo, das resenhas de obras  que servem para fundamentar a pesquisa, já que a fundamentação teórica é, em grande parte, feita a partir da síntese de obras lidas e resenhadas.
Observe uma atividade que se exigia há algum tempo e, atualmente, é relegada a segundo plano: o fichamento de livros, principalmente de obras literárias. Repare também como a resenha descritiva é semelhante à ficha de leitura . Observe o modelo de uma resenha descritiva:

FICHA DE LEITURA
RESENHA DESCRITIVA
Título e Data de Publicação:
Nome do autor (ou dos autores):
Autor:
Título completo e exato da obra (ou do artigo):
Editora:
Nome da Editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra:
Gênero Literário:
Lugar e data da publicação:
Personagens principais:
Número de volumes e páginas:
Espaço e Época da ação:
Indicação do assunto global da obra:
Tema da obra:
Indicação do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica):
Resumo da obra:
Resumo geral que apresenta plano da obra e os pontos essenciais do texto:
Pontos a favor:
Descrição sumária da estrutura da obra (sumário, índices, divisão em capítulos, assuntos dos capítulos)
Pontos contra:

Outras obras semelhantes:


         Mas, afinal, o que é resenhar?
            Resenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade ou textos e obras culturais.
            A resenha nunca pretende ser completa e exaustiva, já que, normalmente, são muitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o objeto descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos que considera pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de sua intenção.
         A resenha  descritiva apresenta com precisão e fidelidade os elementos referenciais e suas inter-relações, ou seja, as idéias do(s) autor(es) sobre um determinado tema, sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador.
            As categorias que  estruturam basicamente a resenha descritiva são as seguintes:
            1. Referência Bibliográfica (informações sobre o texto)
            Relatórios, resenhas e resumos devem sempre conter indicações com respeito à origem do texto. Essas indicações variam segundo o tipo de texto de que se trata, devendo-se, pois, seguir as normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

            2. Descrição
Pode-se fazer, nesta parte,  uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos, assuntos dos capítulos, índices etc.).
            3. Resumo
Indicação sucinta do assunto global da obra (tema) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método etc.).
            Finalmente, como se constitui a  resenha crítica?
            A resenha crítica apresenta mais uma categoria: o comentário, já que ela deve vir pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou. Não é suficiente descrever; é preciso julgar. De maneira geral, um julgamento (ou juízo), ainda que expresso de modo pessoal, deve ser apoiado em argumentos sólidos.
Dessa forma, a diferença essencial entre resenha descritiva e resenha crítica é a seguinte: enquanto a primeira se destina ao uso pessoal não havendo necessidade de avaliar a obra apontando, por exemplo, pontos positivos e negativos, a segunda é compartilhada com outros leitores e tem como uma das finalidade divulgar um livro recomendando ou desaconselhando sua leitura.
A descrição esquemática da resenha crítica apresentada por Roth (2002:93) compreende quatro movimentos realizados por dez estratégias. É este tipo de esquema que deve ser seguido para a elaboração da resenha do livro do semestre, sendo necessário que se acrescente ao trabalho a primeira categoria da resenha descritiva, a referência bibliográfica com a apresentação dos seguintes dados:
Nome do organizador e dos autores:   Título completo e exato da obra:   Lugar da publicação:  Nome da Editora: Data da publicação:
ESQUEMA DO GÊNERO RESENHA
Movimento 1
Passo 1
Passo 2
Passo 3
Passo 4
Passo 5

APRESENTANDO O LIVRO

Definindo o tópico geral do livro      e/ou
Informando sobre a virtual audiência   e/ou
Informando sobre o autor/a             e/ou
Fazendo generalizações                 e/ou
Inserindo o livro na área

Movimento 2

Passo 6
Passo 7
Passo 8

ESQUEMATIZANDO O LIVRO

Delineando a organização geral do livro e/ou
Definindo o tópico de cada capítulo e/
Citando material extra-texto

Movimento 3

Passo 9

RESSALTANDO PARTES DO LIVRO

Avaliando partes específicas

Movimento 4

Passo 10a
Passo 10b

FORNECENDO AVALIAÇÃO FINAL DO LIVRO

Recomendando/desqualificando o livro     ou
Recomendando o livro apesar das falhas

EXEMPLO DE RESENHA CRÍTICA

Movimento 1
Passo 5
“Inserindo o livro na área”

APRESENTANDO O LIVRO

     Este livro é surpreendentemente bom. Enquanto a maioria dos livros desse tipo (introdução à tecnologia), na tentativa de dar um tratamento simples a uma variedade de tópicos, não têm profundidade suficiente em nenhum tópico a ponto de se tornar útil, este fornece excelente cobertura para químicos ou outros cientistas ou tecnólogos que não tenham formação específica em testagem e caracterização de polímeros.

Movimento 2

Passo 6
“Delineando a organização geral do livro”

Passo 8
“Citando material extra-texto”

ESQUEMATIZANDO O LIVRO (descrevendo o livro)

Os tópicos incluem estrutura molecular e química, morfologia, tecnologia (composição, processamento, adesivos, fibras, etc.), e propriedades mecânicas, térmicas, elétricas, óticas e químicas.

 

ESQUEMATIZANDO O LIVRO (descrevendo o livro)

Métodos de testagem são descritos (inclusive referências ASTM) com desenhos de instrumentos e gráficos de dados, estes últimos acompanhados de discussões e interpretação.

Movimento 3

Passo 9
“Avaliando partes específicas”

RESSALTANDO PARTES DO LIVRO

      Há tratamento matemático de cada tópico o bastante para fornecer uma boa base para a compreensão, mas não em excesso. As bibliografias, ao final de cada capítulo, são completas e divididas por sub-tópicos do capítulo, um detalhe muito útil. O livro termina com índices completos de autores e tópicos, um glossário, e um apêndice de nome e abreviaturas.

Movimento 4

Passo 10a
“Recomendando o livro”

FORNECENDO AVALIAÇÃO FINAL DO LIVRO

     Este livro faz uma cobertura ampla, mas, ao mesmo tempo, suficientemente profunda para se tornar muito útil. Deveria estar na prateleira de químicos, engenheiros, ou tecnólogos que estejam envolvidos de alguma maneira com tecnologia ou testagem de polímeros.


PECADOS CAPITAIS DE QUEM PRODUZ RESENHA
1. Descuidar do aspecto formal do texto, especialmente no que diz respeito à ortografia, à acentuação das palavras. No momento da dúvida, um dicionário e uma gramática poderão ser bons auxiliares. Na ausência desses instrumentos, substitua a palavra geradora de dúvida por outra que seja de seu inteiro conhecimento e que mantenha o sentido do que você quer dizer.
2) Descuidar da sintaxe do texto, por exemplo, de questões relativas à regência verbal e nominal, à concordância verbal e nominal, aos tempos verbais, à colocação pronominal etc. Veja alguns problemas no enunciado abaixo:
O cidadão assiste um espetáculo de ligações clandestinas. A instalação de redes elétricas nos estados brasileiros modernos são diferentes das que se faziam antigamente. Mas autor prefere mais as antigas do que as modernas.
3) Descuidar das ligações lógicas necessárias entre os enunciados da resenha, bem como entre os parágrafos que a compõem. Isto é: descuidar do aspecto coesivo do texto, o que, certamente, propiciará problemas de compreensão. Para evitar isso, reveja os processos de coesão referencial e seqüencial, que já estudamos aqui.
4) Esquecer que, ao produzir a resenha, você deve se apropriar das idéias do autor, compreendê-las em sua totalidade e reproduzi-las sinteticamente de maneira autônoma e autêntica, ou seja, expressando-se com enunciados próprios. Quando for necessário utilizar trechos do autor resenhado, valha-se de aspas e de verbos como “afirmar”, “considerar”, ou de conjunções como “segundo”, “conforme”, “de acordo com”.
5)  Dispensar o que é essencial e ater-se ao que é acessório. Depois de ler e reler o texto, é necessário ter uma visão global dele e perceber as informações centrais, bem como o modo como foram desenvolvidas, para que se possa estabelecer críticas favoráveis e contrárias.
6) Deixar de indicar o livro (artigo, notícia, reportagem etc.) resenhado. A fonte da resenha deve ser indicada sempre e, no caso de livro, deve conter o registro do sobrenome e do nome do autor, o título do texto, o local onde foi publicado, a editora e o ano de edição.
7) Focalizar as críticas no fato retratado pelo texto, em vez de focalizá-las na tríade “autor-conteúdo-forma” do texto. Ao se resenhar um texto que trate das medidas do governo Lula sobre a energia elétrica no Brasil, não se deve focalizar apenas os problemas do governo Lula em relação a essa questão, mas – principalmente – o modo como o autor retratou essa questão. Para isso, deve-se considerar quem é o autor (posição ideológica, profissional, política etc.), como ele se posiciona em relação ao fato (favorável, contrariamente, seu processo de argumentação) e como ele constrói o texto (linguagem, associação de estrutura do texto etc.). O resenhador deve, ainda, fazer associações com outras leituras, outros fatos, a fim de enriquecer sua crítica.
 “Pecados” como esses podem reduzir a credibilidade de sua resenha. Portanto, procure não cometê-los, para que o leitor não só tenha uma visão global do texto resenhado, como também seja estimulado (ou não) a se interessar pela leitura integral.

O RELATÓRIO E SUA REDAÇÃO


O Relatório, dito de uma forma abrangente, é um tipo de comunicação escrita que expõe ou descreve, de forma circunstanciada, atos ou fatos, em que devem constar análise e apreciação de quem o produz.

Para que serve o relatório?
O relatório é um texto formal escrito com múltiplas funções. Serve de:
< Elo entre pessoas que trabalham de uma forma interdependente;
<Instrumento de controle e direção;
< Registro de fatos ou coisas semelhantes
< Fonte de informação para:
· Propostas;
· Diagnósticos;
· Criação ou alteração de rotinas;
· Elaboração de manual de procedimentos;
· Comunicação pura e simples.

Decisões importantes sobre os mais diferentes assuntos, tomadas de decisões, formação de conceito sobre empresa e seus produtos e serviços são atividades baseadas em relatórios. Numa encruzilhada entre o solicitante do relatório e o público-leitor deve o redator preocupar-se com o nível das informações (o onde e como buscar a informação), a hierarquia (se houver), o conhecimento técnico do leitor, sem deixar de lado a sua posição de relator claro, objetivo e adequado das informações.

Clareza = palavras fáceis que não causem dúvidas quanto ao seu significado;
Objetivo = falar tudo em poucas palavras. Ater-se ao assunto;
Adequação = considerar quem vai ler (um técnico, um especialista, um leigo, um aluno).

Perguntas para a definição dos objetivos de um relatório


1.      Qual o objetivo geral do relatório?

  1. Em termos específicos, quais são os objetivos?
  2. São necessárias mais orientações quanto aos objetivos?
  3. O que pretendo com este relatório?
  4. Qual é o nível de profundidade esperado das informações (depende em muito do tipo de relatório).
  5. Devo relatar os fatos pura e simplesmente ou é necessário, além disso, dar opiniões, justificativas, sugestões e recomendações?
  6. O relatório pretende atingir, também, o público externo? (por exemplo, clientes, distribuidores, governo, imprensa)
  7. Quem vai ler, e com que finalidade?
  8. Devo colaborar na construção da imagem da organização?
10.       Devo partir de alguma premissa?
11.       É possível montar um roteiro para captação das informações?
12.       Que informações são mais relevantes?

TIPOS DE RELATÓRIOS

Rotineiros: para atender exigências de serviço. Podem ter formulários próprios impressos, com espaços em branco para preenchimento.

Não-rotineiros: muitas vezes informativos, com a finalidade de provocar no leitor uma reação que o leve a uma ação específica.

Formais: normalmente têm formatos preestabelecidos. Relatam, formalmente, resultados obtidos em investigações de pesquisa e desenvolvimento etc.

Informais: muito utilizados nas empresas e nas escolas.

Internos ou externos

ESTRUTURA DO RELATÓRIO

Com exceção de alguns relatórios que já possuem formulários próprios, a estrutura da maioria dos relatórios se compõe, basicamente, de Introdução, Desenvolvimento e Conclusão:

Introdução: Levando em conta o leitor, o relator coloca de forma clara, simples e objetiva a finalidade do relatório.

Desenvolvimento: ao definir o tipo de relatório o relator classifica e seleciona as informações direcionando as frases narrativas, descritivas ou dissertativas para:

- Apresentação e demonstração dos fatos;
- Apreciações e/ou explicações;
- Justificativas;
- Análise de problemas: suas causas e dificuldades;
- Enumeração de dados;
- Informações gerais.

Conclusão: ratificando os dizeres da introdução com base no desenvolvimento, o autor sugere formas de resolver um problema – se for o caso, apresenta soluções, opções, apresenta os resultados e constatações.

PROCESSO DE MONTAGEM DE UM RELATÓRIO

Há relatórios que necessitam de meses de trabalho para serem elaborados; outros poderão ser concluídos em algumas horas. Qualquer que seja o caso, porém, o processo de elaboração requer observância de algumas etapas:

1.      Definição dos objetivos;
2.      Plano de texto e roteiro do trabalho;
3.      Pesquisa;
4.      Organização das informações;
5.      Seleção e checagem das informações;
6.      Redação;
7.      Revisão.

1.      Definição de objetivos (é fundamental que os objetivos estejam claramente definidos e presentes na cabeça do relator durante todo o processo de elaboração. Quando se negligencia essa etapa, o relatório certamente estará incompleto, errôneo);
2.      Plano de texto e roteiro do trabalho. Uma vez definidos os objetivos, a etapa seguinte será a do planejamento de trabalho de busca de coletadas informações. É preciso saber com clareza quem, o que, como e onde buscar essas informações;
3.      Pesquisa. A pesquisa é a chave de um relatório eficiente. É essencial saber onde e como buscar informações. A pesquisa bem elaborada é a base para as idéias, críticas e sugestões do relatório.

Sugestões de fontes de pesquisa

Pesquisa interna

Onde?
Como?

Nos diversos departamentos:

  • Funcionário X
  • Gerente Y
  • Diretor Z
  • telefonemas
  • leitura de circulares
  • leitura de relatórios
  • solicitação de opiniões ao entrevistado
Documentos internos:
  • estatísticas
  • arquivos
  • publicações
  • gráficos/boletins mensais/balanço
  • Pesquisa em arquivos ativos e inativos

Pesquisa externa

  • Jornais
  • Revistas
  • Órgãos do Governo
  • Empresas de pesquisas
  • Biblioteca
  • Acompanhamento do noticiário geral
  • Visitas/telefonemas
  • Arquivo de recortes
  • Anotações pertinentes

O registro das informações deve ser preciso, claro, com anotação de cada fonte. Para que as informações não se acumulem, convém separá-las e classificá-las. Não se aconselha destruir anotações antes do término do relatório. Muitas vezes, a informação guardada pode ser útil no fechamento do assunto.

Roteiro para entrevistas e pesquisas
A n t e s
D u r a n t e
  • Marcar hora com antecedência
  • Informar-se sobre o entrevistado
  • Munir-se de material adequado
  • Munir-se de material adequado para registro da conversa (papel, caneta, gravador)
  • Estabelecer, por escrito, o roteiro básico a seguir
  • Fazer perguntas claras e objetivas
  • Evitar perguntas com respostas óbvias
  • Ouvir com atenção
  • Registrar
  • Anotar
  • Não interromper o entrevistado antes de ele terminar sua resposta
  • Não sair do roteiro básico
  • Evitar intimidades com o entrevistado
  • Tratá-lo com cordialidade

4 . Organização das informações. Uma vez que o relator já tem o plano de texto e informações necessárias à redação, é chegada a hora de organizá-las, verificando o que vai entrar onde. O que é adequado? O que é viável?

Nessa etapa é que se compreende a importância da etapa 2plano de texto e roteiro do trabalho. Se o redator utilizou o plano, o roteiro, como “carta de navegação” é na etapa 4 que fará a correção de sua rota. Como já conhece melhor o assunto, através da pesquisa, é hora de rever o plano de texto e fazer os acréscimos ou diminuições de tópicos e subtópicos.

5 . Seleção e checagem das informações. É conveniente que problemas, dificuldades levantadas em um relatório estejam devidamente documentados. Após a organização das informações é aconselhável retornar às fontes para verificar a veracidade dos fatos e completar as informações selecionadas.

Qualidade das informações

  • São objetivas ou tendenciosas?
  • Os fatos levantados são relevantes aos objetivos do relatório?
  • As soluções e sugestões, levantadas pela pesquisa, são práticas? Exigem tempo? Provocam muitas despesas?

6 . Redação.  Com todos os ingredientes à mão: plano + informações dosadas, completas e selecionadas + ilustrações, é chegado o momento de colocar no papel, num formato gráfico preestabelecido, as informações selecionadas na etapa 5. Enquanto, mentalmente,  tem o redator a direção geral da sua escrita, mecanicamente,  vai colocando as frases e palavras em cada tópico e subtópico por ele definido na etapa 2 – daí a importância do plano do texto.

O relatório deve conter exatamente o que se iria dizer a outra pessoa. Em português as frases não devem ultrapassar dezessete palavras, sob pena de se tornarem cansativas de ler.

Deve-se evitar as frases longas; dependendo de sua extensão, cansam, desestimulam e causam certa ansiedade de se chegar ao final. Como encurtar então, frases longas? Tendo por princípio que dois pensamentos completos geralmente pertencem a duas sentenças distintas, frases longas são encurtadas dividindo-se em duas ou mais sentenças curtas, eliminando-se palavras desnecessárias, colocando os assuntos em itens.

Características de um relatório bem escrito
§  Fidelidade aos objetivos e fatos;
§  Adequação das informações – análise de todos os ângulos da questão levantada;
§  Clareza na exposição – uso de palavras conhecidas, frases não muito longas, apresentação gráfica e visual pertinentes (os detalhes são colocados como anexos: quadros demonstrativos, modelos de formulários, “layouts”, fluxogramas, cronogramas, organogramas);
§  Uniformidade de estilo e forma – paralelismo*, padronização de títulos, subtítulos e itens, grifos e negritos;
§  Correção gramatical – ortografia, concordância, regência verbal e nominal, crase.

* Iniciar cada série de procedimentos, tarefas ou ações com a mesma classe gramatical (ou um substantivo ou um verbo). Exemplo:
Levantar................Levantamento
Apresentar............Apresentação
Estudar.................Estudo
Avaliar..................Avaliação

7 . Revisão. A fim de evitar falhas que comprometem a credibilidade de um relatório, convém revisar o primeiro rascunho. O hábito de revisar a escrita faz com que o relator produza, a cada relatório, um texto melhor e mais completo.

Alguns cuidados na elaboração do texto:
1.      Substituição de palavras mal-empregadas por outras mais adequadas;
2.      Enxugamento das palavras e expressões supérfluas;
3.      Colocação de frases na ordem direta (sujeito + predicado + complementos);
4.      Exclusão ou inclusão de frases;
5.      Reorganização de parágrafos, cortando os que se repetem sem necessidade;
6.      Correção ortográfica e gramatical;
7.      Uniformização entre tópicos;
8.      Padronização de tratamento no emprego de maiúsculas, aspas, grifos, itálico, negrito, travessões etc.;
9.      Inclusão de quadros ou ilustrações em partes onde eles se mostrarem necessários.